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Postagens

Sobre Trilhos à Beira-Mar

Imagens vêm e vão. Não me deixam em paz nos intervalos. Procuro ocupar meu tempo Com coloridos e infindáveis pensamentos A fim de sublimar meus medos. Eles nem são tantos... Representam apenas mais ou menos, grande parte de mim. Imagens vêm e vão. Elas se renovam e se revezam em lembranças E me levam de volta àquela maldita estação Onde por longos minutos, vida minha quase vi por um fio. Um fim de linha. Stop! “Nossos comerciais, por favor!” Retornar à realidade doeu no corpo deveras cansado. A alma aturdida, Mente descontrolável. Onde estão os meus sentidos nessa noite de abismos e sombras? Madrugada tão pouca em breve acalmar. Todas as canções, todas as futuras alegrias nos próximos dias, Não me farão chegar ao que eu fui um dia, À calmaria de um desconfortante recomeçar. A vida passa como desgraça sobre trilhos à beira mar. É preciso seguir, submergir para não naufragar. Sonhos, ainda em mim. Vida há enfim.
Postagens recentes

Da série "Frogmentos"...

“Incomoda-me demais esse ranço sócio-político-preferencial que nos envolve e que as redes sociais só fazem estimular.  O "pensamento" é restrito e o foco principal acaba sendo sempre descartado em função de individualismo e miopia cultural.” 

Aquele Maldito das Formigas

Eu incinerei as formigas. As formigas estavam na plataforma do meu fogão. Elas incomodavam o meu preparar. Eu incinerei as formigas com o fogo das bocas e dos meus olhos de nojo. Elas são repugnantes. Assim, elas “são-me”. Chegam sem avisar, ocupando espaços que não são delas... E trazem as impurezas da miséria Por onde, lentamente, caminham miscigenando as bactérias. Eu incinerei todas elas, agora, com o acendedor de fogão. Eu as impedi de invadirem os meus alimentos na panela destampada. Os que eu preparo para minha fome matar. Assim como eu as matei agora, Incinerando todas elas com o meu repugnar. As formigas são nojentas e fétidas. Elas frequentam o lixo das casas - a discreta abnegação da burguesia, E lá devem ficar. Pois, se elas comem baratas, em nada hão de me agregar. Formigas... Formigas... Formigas...

Anti-Doce

Hoje, até o doce está doce demais. O sabor açucarado me causa náusea de raiva por necessitar de enérgico sabor. O doce, hoje, não me despertou frescor. A glicose atingiu minha alma, passando batida pelo meu sangue em brasa. O dócil me traz o ócio de ter de fazer o que não me agrada, O que me revolta, O que me agride moralmente. Não há paladar que me aguente! Hoje, e nas próximas horas, nos momentos recentes, Tudo em mim, agora, transcende. Ultrapassa os devidos e coadjuvantes espaços, Rompendo laços de infinita aflição. Eu quero gritar! Não devo. Eu quero voar... Não posso! Eu quero extirpar a dor que habita em meu peito. Exagero? Só sei que não me aguento mais. Hoje, até o doce está doce demais Eu, ácido. O que faço para encontrar alguma paz?

Somos humanos!

A vida é um ensaio constante. Nunca estreamos de verdade, pois estamos sempre tentando ajustar o seu texto pra ficar melhor. E para que isso aconteça, são necessárias as pausas. Elas complementam o processo criativo, estimulam a disciplina, o ritmo da boa produção. Por vezes longa, nos fazem entender melhor certos valores e as relativas mudanças. Estamos sempre a caminhar numa direção cujo destino não sabemos, mas fingimos a nós mesmos que há de ser melhor que o início da estrada. Talvez seja mesmo, pois quilômetros rodados representam experiência, vivência, boas e más lembranças, mas acima de tudo, referências para evitarmos os mesmos erros. Esse eterno iniciar, pausar e retornar é o elixir da vida. Transcodifica nossa humildade, afastando-nos de vez da arrogância de quem pensa que sabe tudo. Somos humanos! Incongruente sabermos tudo. Pena que a maioria não raciocine assim. Enfim, estou mais uma vez de volta pro meu aconchego, pro meu cais de porto, pro meu sustentáculo. Como

E já nem solto os "ais"!

É... Faz tempo! Tempo que não passo por aqui deixando alguma impressão, "uma palavra, um ditado, uma frase...". Melhor evitar escrever/postar quando não se tem algo convincente, encorpado que de fato valha a pena. Passei por momentos de muita tensão, ansiedade, preocupações rotineiras, tentativas de fazer coisas importantes e relevantes por mim mesmo e só agora me sinto mais tranquilo para tentar criar, compor o que seja. Aproxima-se o lançamento de meu livro "RETROCÊNCIAS", pela Editora Autografia. Estou nervoso, mas não aquele descontrolado, descompassado, que não se pensa em outra coisa noite e dia. Não! Um nervosismo absolutamente normal, esperado, que faz parte nesse tipo de ocasião. Sou detalhista, perfeccionista ao extremo, me preocupo com uma vírgula que não esteja devidamente em seu lugar, um detalhe que não tenha saído ao meu gosto... Sou chato, exigente, assumo tudo isso. Sou mesmo. E não estou errado! É o meu livro! Demorei tempo para vê-lo criado

No Meu Quarto de Existir

Chega um momento na vida da gente que a única sensação despertada resume-se a uma única e simples pergunta: Pra quê? Pra quê acumular tanta informação durante uma vida, com a pretensão de achar que terá tempo suficiente para processar todo esse conteúdo? É bom lembrar, às vezes, que não somos eternos. Que tudo pode acabar em questão de segundos, num sopro. Quem sabe até antes da conclusão dessa postagem? A vida é ensaiada por nós durante toda a vida, quando estreamos no mundo sem recebermos sequer um texto como orientação. Tudo que nos ensinam é convenientemente errado. É preciso que não saibamos as coisas devidas, mas as desejadas por quem nos comanda a... Vida... Vida... Vida... Eu tô me repetindo, eu sei. E me angustia a repetição de palavras porque dá a impressão de que não tenho assunto, ou pior ainda, que não sei discorrer nem organizar as ideias a respeito de um tema. Enfim, estou confuso. Um misto de impotência, reflexão em demasia, medo, abandono, solidão e solidez. P